6 de junho de 2017

A saga do desemprego continua


Estando desempregada, grande parte do meu tempo é passado em sites a responder a anúncios de emprego e até mesmo a enviar candidaturas espontâneas. Apesar disso, tenho tido alguma dificuldade em encontrar anúncios que correspondam à minha procura, porque há sempre um ou outro requisito que acaba por me excluir.

Na semana passada, deparei-me (novamente) com um anúncio de uma empresa com várias filiais, ao qual já me tinha candidatado por duas vezes antes e apenas me tinham respondido com aqueles emails automáticos, mas resolvi voltar a candidatar-me. Desta vez, telefonaram-me a marcar uma entrevista, que até correu bem! No final, perguntaram-me que valor eu achava que seria o indicado para este trabalho, ao que eu respondi que não tinha muita noção porque era um trabalho por turnos com a opção de fazer noites e que, por isso, teria acréscimo de um subsídio, e eu nunca tinha passado por isso. Quando ligaram para me informarem que tinha sido selecionada para a segunda entrevista, disseram que afinal não iria fazer noite e, por isso, não teria qualquer subsídio noturno e que mesmo depois do meu horário terminar, teria de ficar mais um tempinho para fazer outras coisas inerentes à função. 

O salário, com os devidos descontos, era pouco mais que o salário mínimo. Sinceramente, não é o que eu acho justo para o trabalho que é, mas sempre seria melhor do que não receber nenhum! O problema é que o trabalho era para uma cidade a mais de 20kms da minha, não tendo acesso a transportes públicos. Teria, então, de levar o meu carro e, além das despesas com a gasolina, teria também de pagar portagens, diminuindo para metade o que eu iria efetivamente receber. Claro que quando me candidatei já sabia onde seria e que iria ter este tipo de despesas garantidas, mas pensei que o salário fosse minimamente aceitável para o tipo de trabalho que é, e que estas despesas não causassem um grande tombo no final do mês. 

Isto para dizer que tenho a sorte de não estar muito desesperada e de não ter de aceitar este tipo de situações, mas é triste ver empresas que oferecem este tipo de condições a pessoas que, ao contrário de mim, têm mesmo de se sujeitar a elas.

12 comentários:

  1. Esse tipo de coisas revolta-me imenso, como é que as pessoas se sentem bem a empregarem trabalhadores que precisam de viver, como toda a gente, e oferecem valores ridículos. E ainda te dizem que ias ter de ficar mais tempo que o teu horário de trabalho, como se isso fosse a coisa mais natural do mundo! Só mesmo em Portugal...

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  2. Eu estive desempregada 6 meses, porque recusei montes de propostas dessas que pagam uma miséria e condições ainda mais miseráveis. Há que ter dignidade. Além de que, parece que os estudos não contam para nada. Querem pessoas com 10 anos de experiência, 20 e tal anos de idade, sempre disponiveis para trabalhar, turnos de 10 ou 12 horas (conforme) e salários precários. NOT FAIR! Isto tem de mudar

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  3. É das coisas que mais me enerva no mercado de trabalho neste momento. Haver empregadores que se aproveitam da dificuldade que é arranjar emprego atualmente para oferecerem condições ridículas achando que nos dias de hoje é pegar ou largar.

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  4. Completamente... há pessoas que quase pagam para trabalhar e não devia ser assim. Boa sorte na tua busca!

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  5. Eu estive desempregada durante um ano e estava literalmente a desesperar! Não só porque não encontrava emprego, como também nesse tempo deu para me aperceber a tristeza em que vivemos e as condições precárias que existem..sem falar das vigarices que existem para enganar as pessoas...
    Enfim...
    Boa sorte na tua procura!
    Beijinhos**
    Rose
    _________________________
    All The way is an adventure
    Jess & Rose Blog | Instagram | Youtube

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    1. É revoltante. E este tipo de empresas fazem e continuam a fazer porque sabem que as pessoas precisam e então é do género "olha-me este precisa mesmo de um emprego, vai ter estas e estas condições, e ainda vai trabalhar neste horário e tenho a certeza que vai aceitar, afinal ele precisa de um emprego" e depois é ver pessoas a sujeitarem-me a condições precárias para no final do mês receber uma miséria.

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  6. Há gente para tudo, infelizmente :(

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  7. Passei por isso quando procurava trabalho... eram condições inaceitáveis. Quase todos me diziam "aqui há horário para entrar mas não há para sair" ao qual eu respondia "e quem trabalha aqui tem filhos não?". Felizmente pude esperar um tempo e procurar muito bem até encontrar. Não estou num emprego de sonho mas ganho bem e sinto-me feliz. Não desistas! Ele aparece!

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    1. Claro que não vou desistir ;) obrigada pelo carinho! Beijinhos :)

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  8. É triste ver que existe tanta exploração...

    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

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